Em evento realizado no interior de São Paulo entre os dias 21 e 22 de março, o Instituto C&A elegeu os 8 projetos de voluntariado que mais se destacaram em todo o Brasil. Foram 35 finalistas reunidos num grande evento que promoveu a troca de conhecimentos, boas práticas e a integração entre diversas instituições sociais do país.
Ao longo dos seus 28 anos, a Casa Emilién Lacay vem construindo um sólido trabalho de engajamento da comunidade por meio de parcerias e trabalho voluntário. A partir de conexões com diversos agentes da sociedade, a Unidade articula essa rede que participa ativamente do seu dia-a-dia, seja com doações de bens e serviços, ações de voluntariado com as crianças e idosos ou com apoio financeiro.
O projeto de voluntariado desenvolvido na Casa Emilién Lacay é resultado de anos de parceria e foi reconhecido pelo Instituto C&A como uma das 8 melhores iniciativas do ano de 2016, dentre todas as lojas C&A que desenvolvem o voluntariado no Brasil. A coordenadora da Unidade, Márcia Bogea, representou a Rede Cruzada neste evento em Atibaia, no interior de São Paulo, e nos contou o que aconteceu por lá. Confira a entrevista.
CRUZADA – Como é o trabalho voluntário desenvolvido pelo Instituto C&A com a Casa Emilién Lacay?
Márcia Bogea – O Instituto C&A está com a gente há anos. No início, eles faziam apenas doações de roupas com pequenos defeitos para que pudéssemos vender e gerar renda. Depois, eles começaram a vir nos ajudar no bazar e fazer algumas ações pontuais, como apoiar nas barracas das festas juninas. Nos últimos dois anos, eles se organizaram de outra forma e começamos a construir ações mensais com as crianças. No ano de 2016, o tema proposto pelo Instituto foi “sustentabilidade” e, com base nisso, desenvolvemos juntos um calendário mensal. Dessa forma, sabendo o que nós trabalharíamos em sala de aula, a equipe de voluntários pôde elaborar ações convergentes e complementares com as crianças.
CRUZADA – Qual foi o contexto da premiação que vocês receberam?
Márcia Bogea – Ao longo do ano, os associados da C&A que participam do trabalho voluntário tiram fotos das atividades que eles fazem nas instituições sociais e enviam seus relatos para o Instituto C&A. Lá eles publicam essas histórias e, internamente, o Instituto avalia e seleciona os “cases” finalistas. Como o tema de 2016 foi sustentabilidade, eles avaliaram de que forma o tema foi trabalhado com as crianças e se as atividades desenvolvidas tiveram uma boa repercussão em casa, nas famílias e na comunidade. Foram 35 finalistas de todo o país, em 4 categorias, com dois cases premiados em cada uma delas. Foram convidados para esse evento um representante da instituição social e um associado C&A, representante voluntário da Loja. Nós fomos vencedores na categoria “LOJA ISOLADA” pelo projeto realizado em conjunto com a Loja Barra, em 2016. A Casa Emilien Lacay receberá um valor em dinheiro como premiação e nós, eu e Jéssica Bicaco (representante dos voluntários da C&A loja Barra), ganhamos uma viagem para a Amazônia para voluntariarmos em comunidades ribeirinhas. O prêmio é, também, a gente se doar.
CRUZADA – Como foi a sua experiência durante os dois dias de evento?
Márcia Bogea – Na chegada, após o café da manhã, nos reunimos com os representantes dos 35 finalistas das lojas e instituições sociais representadas e, lá, participamos juntos de dinâmicas e oficinas, todas relacionadas à sustentabilidade e à importância do voluntariado. As atividades foram fantásticas e eu tive a oportunidade de conhecer e interagir com pessoas do Brasil inteiro. Também fiquei muito impressionada em como a Cruzada é bem estruturada em comparação às outras instituições sociais que conheci, e como estamos caminhando bem. Claro que precisamos continuar evoluindo, mas me dá muita satisfação estar em uma instituição que quer crescer e que nos dá como apoio, ferramentas e possibilidades. Pude ver que existem ótimos trabalhos e pessoas pelo Brasil que não conseguem evoluir porque não têm nem espaço e nem apoio institucional para se desenvolverem e, aqui na Cruzada, a gente tem essa liberdade. Acho que termos ganhado esse prêmio foi um reconhecimento disso.
CRUZADA – Quais foram às trocas que você considerou mais relevantes?
Márcia Bogea – Foi interessante observar como as instituições sociais de cada região do país colocavam suas experiências. Pude observar como é a realidade do trabalho desenvolvido pelos outros, além de aprender com os representantes do norte e nordeste outras versões de músicas e brincadeiras que eu não conhecia. Foi uma troca de conhecimento e cultura muito rica. Ganhamos alguns livros de brincadeiras pedagógicas, de construção de instrumentos musicais recicláveis, de músicas e outras sugestões de dinâmicas com as crianças que já repassei para as educadoras e estamos utilizando em sala de aula. Além da contribuição para a parte pedagógica, achei que as dicas sobre práticas de sustentabilidade que o Instituto C&A nos deu foram muito úteis. Podemos adotá-las aqui na Unidade para melhorarmos a eficiência na utilização de recursos e reduzirmos custos para sobrar mais dinheiro para investirmos em nosso trabalho educacional.
CRUZADA – Qual o seu grande aprendizado nesse trabalho em parceria com o Instituto C&A aqui na Unidade?
Márcia Bogea – É ver que conseguimos fazer um trabalho integrado, uma parceria mesmo. A gente conversa e define junto as atividades, nós temos uma troca. Por exemplo, para o ano de 2017, já começamos as conversas para compartilhar o projeto pedagógico anual e sugerir os temas a serem desenvolvidos. Ao longo do tempo, evoluímos muito nesse trabalho que começou como uma ação pontual e, hoje, se transformou numa parceria sólida e que complementa a nossa prática. Acho que, inclusive, essa dinâmica foi o pulo do gato para termos conseguido ganhar o prêmio. A gente quer estar lá no ano que vem! De novo!
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